quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Contando


Aos três anos comecei a contar minha idade
Os dedos mal formavam os números
Mas já sabia contar e escrever meu nome
Não era uma criança e sim um pequeno homem

Cada desenho que trazia virava uma obra de arte
Meu Pai guardava eles com muito cuidado
Mostrava a todos e dizia, sobre meu dom artístico
Aqui há um grande desenho onde só vemos rabisco

Me ensinou contar de um até dez, cem, mil
E a escrevê-los no seu, que agora, era meu caderno
Usava um pincel atômico azul ou preto
E contar, para mim, já não era mais segredo

O caderno não dava conta de tantos números
Queria escrever do zero ao infinito
Então passamos a usar papéis reciclados
O cinza era do açougue, o rosa era do mercado

Não lembro muito dele, devo admitir
Mas quando falam sobre, começo a sorrir
Descubro cada vez mais, ele vivendo em mim
Foi-se muito cedo; mas moldou o Joakim! 

Joakim Antonio


Para Antonio Mauricio, meu PAI, meu Mestre

Em algum lugar nesse "infinito" que me ensinou a contar
 


Imagem: The student by goodvsbetter

Um comentário:

  1. Sempre tem mesmo muito de nossos pais na gente, mesmo que não percebamos...
    Obrigada pela visita e comentário em meu blog, volte sempre!!!
    Beijos =*

    ResponderExcluir

"Quando escrevo minhas idéias tornam-se a pena e minha alma a tinta, por isso quando você lê, você me sente."

Deixe-me saber o que você sente.

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