domingo, 1 de julho de 2012

O poeta ao céu - Descortinando Alceu Valença (compositor)


No nordeste a poesia impera, o novo nasce até no seco e com bravura e rapidez, toma conta do país.

É de lá que vem Alceu, aquele menino dos Valença, que todo mundo pousa os olhos para ver no que deu. Crescendo em meio ao tradicional misturado com o contemporâneo, absorvendo tudo, das cirandas de menino ao Rock & Blues americano. Construído pelo amor das mulheres, desde a que lhe apresentou a poesia, ainda levado pelas  mãos, até as que, levadas por suas mãos, conheceram a poesia.

Talvez fosse inevitável que se tornasse poeta, e como todo poeta, não teve medo de ousar e renovar seu mundo, assim, de verso em verso, Alceu renovou a música, porque além de ousar, ele é daqueles raros que acerta o mote, criando no seu caldeirão a composição certa, que como magia, canta e encanta corações.


Alceu Valença é múltiplo e possui várias alcunhas, mas antes de tudo, ele é um Poeta.


Joakim Antonio 


"Antes de me tornar músico, eu era poeta. Sempre tive atração pela língua portuguesa. Penso muito rápido e a palavra escrita atenua a velocidade do pensamento” - Alceu Valença


Alceu Paiva Valença (São Bento do Una, 1 de julho de 1946) é um poeta, cantor e compositor brasileiro.

A poesia surgiu antes da música para Alceu. Ainda menino, andava em companhia da mãe pelas ruas do Recife e deu de cara com um homenzarrão de chapéu e capote, que logo lhe magnetizou a atenção. Sua mãe soprou-lhe ao ouvido: “Este é o poeta Ascenso Ferreira”. Aquele encontro furtivo o catapultaria numa viagem sem volta pela estrada das letras poéticas.

Como os Valença têm fama de bons versadores no Agreste de Pernambuco, Alceu desde cedo se interessou pelos decassílabos dos cordelistas da região. Quando mudou-se para o Recife e esbarrou casualmente no grande escritor, desejou que todos os criadores de versos usassem chapéu e assumissem o ofício como parte de seus nomes: “Este é o Poeta Ascenso Ferreira...”.

Iniciou-se nas letras de conterrâneos como Carlos Penna Filho (que morava perto de sua casa, na rua dos Palmares), Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto. Descobriu-se em Pessoa, Castro Alves, Drummond, Quintana, Graciliano, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Gilberto Freyre, Rubem Braga. Tal bagagem impulsionou-o a aprimorar seus próprios versos e, adolescente, publicá-los nos suplementos literários do Jornal do Commercio e do Diário de Pernambuco.

Formou-se em Direito, trabalhou como repórter da sucursal do Jornal do Brasil em Recife e partiu para um curso na Universidade de Harvard (EUA). De volta a Pernambuco, consagrou-se como cantor e compositor. Sua música é repleta de referências literárias – das senhoras donas de Quintana às Loas de Lisboa a Pessoa. Da prece a São Jorge Amado aos sobrados e mocambos de Freyre, nos solibares de Penna e nos ais da Copacabana de Braga, a canção de Alceu é poética, literária, sociológica, cordelista.

No momento, Alceu finaliza seu primeiro filme, “A Luneta do Tempo”, cujo roteiro é escrito em decassílabos como o cordel. Prepara sua biografia e uma antologia com obras reunidas desde os tempos em que os poetas andavam de chapéu e traziam sua marca à frente dos nomes. Este é o Poeta Alceu Valença. Seus versos dão pulo e cambalhotas a cada solavanco da sempre renovada estrada da criação.

Fonte, texto e imagens: http://www.alceuvalenca.com.br

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